A Inovação Disruptiva

Por João Cabral e Letícia Quental

leticia.quental@inodev.pt

Joao.cabral@inodev.pt

A inovação disruptiva é um termo que tem sido cada vez mais mencionado no mundo dos negócios e da tecnologia. É um conceito que se refere a um tipo de inovação que causa uma mudança significativa no mercado existente, transformando a forma como as empresas operam e oferecem produtos e serviços aos seus clientes. Esse tipo de inovação é geralmente mais acessível e mais simples do que as soluções existentes, o que permite que seja adotada por um grande número de pessoas, inclusive aquelas que anteriormente não tinham acesso a determinados produtos ou serviços daquele mercado.

A teoria da inovação disruptiva foi inicialmente desenvolvida pelo professor Clayton Christensen, da Universidade de Harvard, no livro “O Dilema do Inovador” (The Innovator’s Dilemma). Segundo Christensen, a inovação disruptiva ocorre quando uma empresa introduz um produto ou serviço que inicialmente é considerado inferior em comparação aos produtos já existentes no mercado, mas que, com o tempo, melhora e se torna uma alternativa viável para os consumidores. Isso pode levar à transformação de um setor inteiro, fazendo com que empresas já estabelecidas percam a sua posição dominante para novas empresas no mercado que oferecem soluções mais acessíveis e eficientes. Christensen observou que as empresas muitas vezes são incapazes de reconhecer a ameaça de uma inovação disruptiva e, em vez disso, concentram-se em melhorar suas soluções existentes, permitindo que novas empresas com ideias disruptivas entrem no mercado e se tornem líderes.

Um exemplo clássico de inovação disruptiva é o aparecimento da Netflix como líder no mercado de streaming de vídeo. Quando a Netflix foi lançada em 1997, oferecia aluguer de DVDs por correio, o que parecia um negócio menos atraente em comparação às lojas físicas de aluguer de filmes. No entanto, a empresa continuou a investir em tecnologia e, eventualmente, lançou a sua plataforma de streaming de vídeo em 2007. Embora inicialmente tenha sido visto como uma opção inferior ao aluguer de DVDs, o streaming de vídeo da Netflix continuou a melhorar e tornou-se a forma dominante de consumo de conteúdo de vídeo. Como resultado, a empresa tornou-se uma das mais bem-sucedidas e influentes do mundo.

Um exemplo de inovação disruptiva numa empresa portuguesa é a Unbabel, uma plataforma de tradução que utiliza tecnologia de inteligência artificial para fornecer traduções de alta qualidade em tempo real. A Unbabel surgiu com a ideia de tornar as traduções mais acessíveis, eficientes e económicas. Anteriormente, as empresas precisavam contratar tradutores profissionais para realizar traduções, o que era um processo demorado e caro, mas agora, com a plataforma da Unbabel, as empresas podem ter acesso a traduções em tempo real, sem precisar contratar tradutores profissionais. A inovação disruptiva da Unbabel está a transformar a indústria de tradução, tornando-a mais acessível e eficiente. A empresa está a ajudar outras empresas a expandirem os seus negócios globalmente, ao mesmo tempo que fornece empregos e oportunidades de crescimento para os seus funcionários.

A inovação disruptiva é uma ferramenta útil para empresas e empresários, pois permite que se criem soluções inovadoras que podem mudar completamente o mercado. Ao adotar uma abordagem disruptiva, as empresas podem criar novos mercados, captar novos clientes e oferecer soluções mais acessíveis e eficazes para o seu setor. Isso pode permitir que as empresas cresçam rapidamente e se tornem líderes do seu mercado.

Em resumo, a inovação disruptiva é uma ferramenta poderosa para empresas e empresários que desejam criar soluções inovadoras e revolucionar os seus mercados. Ao adotar uma abordagem disruptiva, as empresas podem criar soluções mais simples ou acessíveis, ter novos clientes e transformar completamente o mercado em que atuam. 

Fontes

https://unbabel.com/

Christensen, C. (1997). The Innovator’s Dilemma: When New Technologies Cause Great Firms to Fail. Harvard Business Review Press.

Kim, W. C., & Mauborgne, R. (2005). Blue Ocean Strategy: How to Create Uncontested Market Space and Make the Competition Irrelevant. Harvard Business Review Press.

Govindarajan, V., & Trimble, C. (2012). The Other Side of Innovation: Solving the Execution Challenge. Harvard Business Review Press.

Christensen, C. (2015). The Innovator’s Method: Bringing the Lean Start-up into Your Organization. Harvard Business Review Press.

Christensen, C., Raynor, M., & McDonald, R. (2015). What Is Disruptive Innovation?. Harvard Business Review, 93(12), 44-53.

Chesbrough, H. (2010). Business model innovation: opportunities and barriers. Long range planning, 43(2-3), 354-363.

Anthony, S. D., & Johnson, M. W. (2014). How to fight a price war. Harvard Business Review, 92(12), 96-103.

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