por Carlota Gouveia
Nunca como agora se falou tanto de apostas desportivas que, de facto, têm tido um crescimento notável. A verdade é que, em 2021, estávamos perante um mercado global de 77 mil milhões de dólares com uma perspetiva de crescimento de 10% ao ano. Alguns dos fatores fundamentais que contribuíram para esta tendência foram a facilidade de acesso à internet em dispositivos móveis, o aumento do número de eventos desportivos, e ainda, o aumento da publicidade e marketing praticados pelas casas de aposta – algo imprescindível para muitos clubes que ostentam nas suas camisolas um logotipo de uma destas casas.
Portugal não é alheio à evolução deste mercado. Foi em 2015, que o ecossistema de apostas online foi oficialmente regulamentado pela SRIJ (Serviço de Regulação Inspeção de Jogos) abrindo as portas a operadores internacionais, como a Bwin, a Betclic, a Betano e a Betway. Atualmente, estão operacionais 15 entidades, das quais 11 com licença para apostas desportivas à cota.
Para muitos portugueses, as apostas desportivas fazem parte do seu dia-a-dia, representando uma forma adicional para obter receita. Só no mês de fevereiro deste ano a Betclic contou com mais de 3 milhões de visitas no seu website português, com uma duração média de visita por utilizador de 9 minutos e 33 segundos. Quanto às casas de apostas originalmente portuguesas, como o Casino Portugal, o Placard.pt e o Casino Solverde, o número de visitas em fevereiro ficou aquém das concorrentes, contando com 140 mil, 382 mil e 307 mil visitas, respetivamente.
Esta grande afluência nas apostas desportivas online gerou, no 1º trimestre de 2022, 77,7 milhões de euros para o mercado português traduzindo-se num crescimento de 11,8% comparativamente ao período homólogo. Para o Estado português este é também um mercado oportuno, pois só no primeiro trimestre lucrou cerca de 50 milhões de euros com o imposto especial de jogo online (IEJO). Para além disso, com o aumento do número de novos registos de jogadores acresce aqueles que são autoexcluídos, na sua maioria por jogo excessivo. Até março deste ano eram 118,9 mil os jogadores autoexcluídos, um aumento de 38,1% relativamente a 2021.
Num país de Eusébio, Figo e Cristiano Ronaldo, não é grande surpresa que o desporto em que os portugueses apostam mais é o futebol. Segundo o relatório da SRIJ, o futebol arrecadou o maior volume de apostas efetuadas (69,88% do total das apostas desportivas) no período em análise. No que diz respeito ao tipo de evento, a Primeira Liga representou 14,9% deste volume, seguida da Premier League inglesa, da La Liga espanhola e da Serie A italiana. Como não só de futebol vive o Homem, também o ténis e o basquetebol têm um peso significativo neste mercado, representando 25% do total de apostas.
Os números falam por si. Estamos perante um futuro aliciante para o mercado das apostas desportivas e muito se deve à crescente regulamentação e legalização desta indústria. Para as empresas do mercado, acompanhar esta exponencial evolução significa apostar em novas formas de captar potenciais utilizadores criando soluções inovadoras capazes de envolver cada vez mais os adeptos e melhorar a sua experiência no mundo do desporto.
Para mais informações sobre este tema, contacte-nos.
geral@inodev.pt
Fontes:
Global Sports Betting Market Size & Growth Report, 2030 (grandviewresearch.com), consultado a 28/07/2022
https://www.srij.turismodeportugal.pt/pt/jogo-online/entidades-licenciadas/, consultado a 28/07/2022
https://www.srij.turismodeportugal.pt/fotos/editor2/estatisticas/estatisticas_online_1t_2022.pdf, consultado a 29/07/2022
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